quinta-feira, 1 de outubro de 2009

É gelo e sol ao mesmo tempo.





Essa tarde poderia ser eterna.
Esse sol, esse frio e essa morna lembrança.




Um dia pensei como criança.
Hoje, homem feito ainda sou o mesmo.
Imaturo e sem medo de sentir medo.
Tudo muda parado.
E eu aqui parado evoluindo minhas células,
sem mover o rosto, morrendo aos poucos.

O tempo não passa no papel,
mas se passa no presente todo o passado
que esteja colocado em qualquer folha ou num pincel,
em qualquer rima, como esta,ou como as que escrevia
há tempos atrás, quando você sorria,
me recompensando o trabalho com um café.
Saudades da menina, saudades da mulher.

E então espero,
ainda que não queira ver a tarde acabar,
aquilo que mais me consola,
o momento em que se abre a porta,
e nos meus braços descansa o que tenho de melhor,
gostar de estar só,
não é amar a solidão.

Gosto de ser bicho.
Gosto dos meus instintos primitivos.
Gosto da ilusão.
Gosto do abstração vulgar,
do amor de perdição, daquela paixão de suar.



João.

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