quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Navios.












Todas as manhãs os sinos dobravam por ti.

As cortinas não nos deixava ver a vida cinza
que se escondia atrás de cada janela, nunca sabíamos
o que nos preparava o dia.

Nossas vidas a cada dia transformadas,
hoje por um dia de cada vez sendo costurada
como uma roupa de domingo,
como aqueles dias de valores antigos.

Desejei que você soubesse do meu isolamento.
Quis me perder em solidão e nos perder no firmamento.
Te convidei p´ra morrer comigo.
Marquei lugar, dia e hora.
Você fez que ouviu, fechou a porta, foi embora....

Eu caminho por ruas desertas, onde certamente não estarás.
Te procuro em cada olhar.
E só te encontro aqui, vivendo em mim.
Talvez você não possa viver no meu tempo.
Saber dos meus segredos.
Amando estarei até o fim.
E se for p´ra ser assim.
Que seja p´ra sempre.
Como árvores transparentes que peneiram a luz do sol.
Essa estrela imensa, tatuada no meu corpo.

Quando o “meu” sol dormia em teus braços.
Braços que um dia desesperaram-se ao não encontrar os teus
E "meu" sol que não brilhou desde aquele “adeus”.
Eu até tentei, voltei ao ponto, o porto de onde partiu.
Já não pude ver teus acenos e você não pôde ver, eu estava lá.
Deixaste-te em mim o vazio e ao mundo a imensidão do mar.


João.

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