quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Cidade velha.










Palavras flutuam sobre mim.
Homens mentem pelas ruas.


Mais uma semana,
com dias dia de chuva,
em minha cabeça,
uma dor me insulta,
as palavras ficam mudas.
Você saberia me calar?

Ah ! Eu sei,
é preciso se bastar.
Mas quero alguém p´ra conversar,
alguém que goste do silêncio,
e de ouvir a música do vento,
tentei mas não aceito,
ver o dia não acontecer.

Aí vem você ,
aparece sem avisar,
surgindo p´ra me lembrar,
me dizendo que é prazer,
amanhecer e entardecer.

As enzimas químicas,
que fazem minhas lágrimas,
não me provam nada,
mas um dia o dia acaba.

Não correrei mais riscos,
E meu coração de vidro,
não pode se quebrar.
Tudo o que eu sinto.
Tudo o que omito.
É pra preservar.
Lá vem vindo o tempo passar.

Ergue-se a minha frente um muro acinzentado.
Torturado pelos anos da cidade,
escondendo insanidades
do meu tempo passado.
Eu não quero expor assim quem eu sou,
não que esconda dor, mas deixe que eu viva,
livre e sem o horror de tudo isso.


João.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Dois poetas e um guerrilheiro.




Em teu amor não existem asas.
Mesmo assim eu posso voar.
Conhecer o azul do céu.
Estrelas que fazem sonhar.

Paixão vivida,
não é paixão perdida.
Palavras, suspiros de poesia.
Expressões contidas.



Faces escondidas,
daquilo que não acreditava.
Em seu olhar vejo o amor.
O amor não precisa de palavras.

Mesmo que estas tenham sido usadas,
só p´ra te dizer...
Que eu amo você.



João

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Tempos de paz.(palavras de um homem muito jovem p´ra morrer mas, velho p´ro Rock And Roll)




Eu estou muito cansando de carregar tanto passado.
De escrever cartas de despedida.
de lembrar da lágrima corrida (...)



Não tenho saudade do que passou.
Tenho saudade de ser quem eu era.
Mas sei ser um bom ator, e, por falar em amor,
eu me convenço de que me arrependo
do que fiz e do que não fiz.

Primeiro sentia que deveria ter vivido em outro tempo.
Talvez no passado, quem sabe no futuro, no catálogo de décadas que invento.
Mas sou prisioneiro de mim mesmo.
Por mistificar o jovem de ontem,
Paga o homem de hoje,
por mendigar lembranças de horizontes,
paga o homem de hoje,
como se fosse possível ser feliz naquela idade,
e quanto envelheci p´ra entender felicidade .*

Ah! Eu não quero mais.
Ah! Eu não sou capaz de te lembrar e fazer...
...você sofrer...(não faz sentido ser feliz com isso.)

Ah! Eu quero é paz...
não me venha com o que dizem os jornais,
porque eu preciso demais pensar em mim.
Cantar as músicas do sim, e admirar meu coração
mesmo que a vida ou o tempo digam: Não!

Com cabelos molhados estou limpo.
Eu sei, só não admito,
que saber ser o que sinto só seria possível...
se soubesse sentir.
E a verdade está no devir,
Preciso preparar o meu jardim
Tenho uma flor nova para plantar
A mesma flor de sempre que só troco de lugar.
A flor que me acena ao longe quando desce do carro,
E eu patético poetizo lhe sorrindo com meu cigarro.

Flor que me faz pecar , perder a razão,
Não é traição a si mesmo tanto querer.
Não faz diferença se isso não se resolver.
Eu só não espero.
Eu só não espero mais.
Eu só não espero.
Eu só não espero mais.
Eu só não espero



João

(* o termo felicidade é usado como “satisfação” , já que me baseio no princípio de Schopenhauer de que a felicidade é apenas um estado transitório e ilusório, por isso mesmo considero a paz interna o maior bem a ser almejado pela raça humana)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A vida é agora.




Lá vem você, em outra sexta feira.
Sim, é o começo do fim.
Suas palavras úmidas secarão no meu jardim?



E então é sábado...
O dia do imaginado, onde nada é real,
E não há quem quer que seja,
que ainda queira a cura para nossa indiferença.

Ouvi algo sobre trovões e chuva na Televisão.
Não fosse tão previsível como a previsão
do tempo, teria então uma Tv. poetisa.
E talvez deixasse a vida corrida, para ficar ali, escutando.
Á espera do caos e da estrela bailarina.

Quando acordei do pesadelo
nunca mais fui o mesmo.
E procurei em cada esquina onde me achar.
Foi quando flertei e não tive medo do tempo,
que vi a fina flor se despetalar sem reclamar.

Pétalas de rosa secas num livro,
não foram a garantia de um bom destino.
Mas se um dia houve isso,
tentei com o gesto mais bonito,
te dar alguém que se lembrava todos os dias,
com mimos de infância te dar lembranças..
E na despedida a esperança de não esquecer...
Nunca esquecer...

Isso ainda é maior do que sempre ter alguém ao seu lado,
A noite está findando e sexta-feira, agora, é passado,
Gostaria de te ver, de sentir tua fala ao meu ouvido,
e agora, nesta hora, em que primavera flora,
só ouço os ecos deste abismo entre nós, é o que sinto.
Eu sinto.



João.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Todo dia de paz é apatia.




Quando penso em você.
Muitas perguntas não deixam que eu durma.
Uma vertigem e não me sinto bem.
Depois de tanta força eu me cansei.
E se nada puder te libertar,
não quero a liberdade presa em seu olhar.

Eu só quero saber :
Quanto tempo mais dura essa espera por você.

Todo dia é dia de paz e apatia.
Todo dia é dia de paz e apatia.

O tempo está passado.
Teu olhar intenso agora é incomodado.
E você ainda esperava que era isso que eu esperava?
Não , não era somente estar errada essa caminhada,
era fertilizar as flores que não cheiravam,
era cicatrizar feridas que não sagravam,
era sua infertilidade aos sonhos que se sonhavam,
e é tua frieza que nos transformaram.

Por muito tempo eu sei que tentei esconder,
as lágrimas que há tempos estavam guardadas por você.
São só palavras confusas e sem “porquê”.
Soluços que você não quis ou não pôde entender.
Não uso mais o seu olhar para escrever.
Serás sempre singular.
Isto é o que te faz diferente,
só não se diga que não mente,
e se um dia inventar para si alguma mentira,
não chore, use de sua ironia,
todo dia é dia de paz e apatia.

Todo dia é dia de paz e apatia.
Todo dia é dia de paz e apatia.




João.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Elogio da loucura.











Amar você é como morrer no céu.
É como sorrir chorando.
E acordado estar sonhando.
Sofres só por ledo engano.
E acordo morrendo.




Essa doença quer viver.
Eu quero morrer.
Mas não quero ter
lágrimas no olhar,
eu não quer ser um “sentidor”.

É como não querer te amar,
mas sequer pensar
em viver sem você.

E eu queria voar,
queria te deixar,
e se um dia quis viver,
foi p´ra poder morrer.



João.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Um sorriso pelo fim da guerra (primavera)



(A foto á esquerda mostra um dos momentos em que refugiados fugiam da região dos conflitos em Kosovo)


*Esta não é uma letra tão poética, escrevi uma letra de Rock and Roll quando tinha lá meus 16 ou 17 anos de idade,e tocava numa banda maravilhosa chamada “Aparelho 594”, esta letra fala sobre uma menina refugiada da Guerra de Kosovo que opunha forças de segurança sérvias e da antiga Jugoslávia e o Exército de Libertação do Kosovo, ou (ELK), um grupo guerrilheiro formado por integrantes de origem étnica albanesa que lutavam pela independência da província.O fato é que uma menina de beleza plástica muito exuberante se refugiou no Brasil e aqui tentaria sua carreira de modelo, em 1999 a guerra acabou,(mais ou menos um mês e meio antes do início da primavera brasileira) , ao entrevistar esta garota , que na época , salvo engano, tinha seus 16 anos de idade, a repórter deu a ela a notícia de que a guerrilha instaurada em sua terra natal tinha cessado, lembro-me como se fosse hoje, da câmera lenta fotografando poéticamente a mudança de expressão da bela garota, ela começou a abrir seu belo sorriso ao mesmo tempo em que uma lágrima corria de seus belos olhos.



Um sorriso pelo fim da guerra (Primavera)

Se o que cai do céu é chuva ácida,
são os efeitos da destruição.
Missão de paz é missão de guerra,
Você dormiu ao som de bombas e acordou na escuridão.

Quando trilhou seu caminho nas pedras,
não conhecia a direção,
depois de tanto tempo acho estranho o que vi no rosto dela:
Um sorriso pelo fim da guerra.

Um sorriso pelo fim da guerra.
Um sorriso pelo fim da guerra.

A nuvem negra que deixou as flores secas,
Não te deixa ver o sol nascer.
Não pense que há respostas.
Essa doença vai te enlouquecer.

Esqueça aquele sangue todo.
E mostre de novo no rosto...
A guerra acabou quando iniciou a primavera
Que começou com teu sorriso pelo fim da guerra

Um sorriso pelo fim da guerra.
Um sorriso pelo fim da guerra.



João

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Se houver algum sentido(...)


Sublime na noite.
Há luzes em você.
Pensei em controlar a velocidade do teu corpo.
E esquecer o passado e te dar o prazer.
De esquecer o sono...



Luz é fundamental,
e havia tanta em teu sorriso.
Parecia tão real...
E pintando o meu auto-retrato,
descobri você nas tintas que escolhi.
E meus olhos coloriram.

Da química que formou o colorido dos teus olhos,
eu tive o sol e tive o ouro,
a imensidão das coisas, naquele estranho sonho,
me fez lembrar do tempo em que eu era criança.
E o futuro então era um longo caminho a se trilhar.
Hoje sei que o passado é um barco náufrago no teu mar...

De solidão, de abstinência, do coração sua dependência.
É tão bela como tua pele branca tão feminina,
Não que sejas mulher, sempre será menina.

Penso nos enigmas,
criados por minha solidão, não são devaneios do coração,
não é nada que pensaria dentro do meu juízo
não foi por mal, foi anormal.
nos sonhos inconscientes não há nada sensorial.

E não sei explicar o porquê da minha visão ser tão clara,
tão objetiva, uma experiência rara, tão diferente.
Meu pensamento deveria estar onde meu corpo está presente.
Mas como dominar os sonhos, condicionar a mente?

Sonhos tão reais, tinham até teu cheiro,
Eram banhos longos, eram dias inteiros.
Um dia de sol, mas sem calor,
Uma metafísica do tempo, uma forma de amor.
Não há notícias de amor natural, talvez seja um ato teatral,
Dias eternos não existem, não foi por mal,
não faz sentido essa retórica sentimental...


João

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Instinto (uma fina camada de poeira sobre a terra)





Sou filho desse sol, mas estou na chuva,
e ninguém deve estar onde não é o seu lugar.
Com os pés descalços sinto o chão da rua,
caminho sem me apressar.


Não faço idéia de onde estou indo,
talvez até saiba, penso quando chegar lá.

Vivo pelo sol mas também gosto da lua,
Como seria beber as lágrimas de sangue de um Santo posto no altar?
Os dias são bonitos e mesmo as tardes escuras não mudam meu humor
e não possuem o dom de me fazer chorar.

Egoísta e mal-caráter.
Dos erros cometidos o pior foi sentir,
mas restam forças e nado contra a correnteza,
e se eu chorar...
Você vai rir de mim!

Se algo incomensurável invadiu teu peito
é questão de tempo para você notar que de nada adiantou.
Fria, vazia, imersa em apatia,
vai colher o fruto que não plantou.
Porra nenhuma no universo inteiro,
vai conseguir te fazer feliz.
E fazer feliz á quem não te entrega o coração
pode ser bom, pode ser ruim.

Falo o que penso,
penso no que sinto,
sofro as influências do destino,
como um barco ao vento solto em alto mar.
Durante muito tempo eu me enganei,
correndo ao oposto do que imaginei p´ra me libertar.

Não, eu nunca planejei minha vida,
e não há nada que agora eu queira mudar.
Cada dia eu desejo menos,
e você ainda acha que estamos jogando e que você vai ganhar.
Não interrompa mais meu sono.
Tudo bem, você ganhou.
Perdeu memória , deixou só restos,
de alguém que um dia sonhando chorou.

Ai morreu a poesia.
Morreu aquela menina.
Morreram aqueles dias.
E então, quando o sol nasceu,
Tinha morrido o que era teu
O que eu te dei foi também uma dor
mas não te poupei dos meus sonhos de amor,
se é feliz assim, que seja , que aconteça, não há por que mudar (ahhhhh!)
Ah! seu suicídio me deixou de mãos atadas, até desataria mas não há tempo,
tanta distância, tanta mudança, mataram também meu sentimento.

Sim seja feliz nesse caminho,
Mas do pouco que sei,
daqueles nossos dias,
é que não sobrou poesia, e eu ainda sonho com amor(...)
Como dizia a canção que ouvíamos e você já não lembra:
“a poesia não me abandonou, nunca me deixou “



João

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Simples assim.



Os meus sentidos, não vêem sentido
Para o que sinto, eu não explico.
Eu vou seguindo, em companhia.
O peito em chamas nunca saciou.



Meus sonhos ardem, minha utopia,
Eu acredito, e sei quem eu sou,
Sei algo sobre doar e ter amor.

Pode até ser
simples teoria.
Posso estar errado,
como já errei em outros dias.
Mas tudo me leva onde você for,
E contemplando o sol se pôr ,
eu e você víamos o novo acontecer.
Não vou me poupar, p´ra que fingir não sofrer?

Os dias contaram-se por si próprios.
O mundo lá fora só parece ser o mesmo.

Nunca foi do meu jeito, mas com você,
fica mais fácil entender o porquê de tudo isso.

Somos dois sendo um.
E é disso que eu preciso.

Companheiros de existência.
Quem sabe companhia durante o nada

De eterno só o vazio, é verão e faz frio.
Não tenho vergonha de chorar na sua frente,
É tão pesado a vida de quem não mente,
para os outros e para si mesmo,
rimos do cotidiano brasileiro,
não queremos cura para o sofrimento.

Altos e baixos só nos deixa mais ativos.
Somos dois sendo um.
E é disso que eu preciso.



João.

(foto de um pôr do sol em Atibaia.)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Quando Acabar


Quando entrei no seu olhar,
e disse que não tinha medo de te perder,
foi só p´ra te ofender...
Mas você não sentiu,
que aquilo que partiu,
jamais voltaria á ter.



E eu te descobri no meu coração perverso,
me culpava,
e depois do inverno,
culpava o calor por minha falta de amor.

Bebi todos os mares, dizia que a culpa era tua,
porque você foi a primeira , mas não foi a última.

Eu não conseguia entender que agente muda,
e mudo andei por caminhos tortos,
mudei de vida, mudaram os dias, mudou o mundo.

E você ficou naquele dia,
quando não sabia o que era morte.
Agora é só um dia entre aqueles meses.
Entreguei meu corpo mal tratado
aos devaneios da minha mente.
Aprendi a sentir, tudo o que se sente,
Não pude te salvar de um mundo doente.
Mas até mesmo o “fim” dura p´ra sempre.



João.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Coração.






É muito tarde para querer voltar atrás.
E viver uma vida que não posso viver.
Se você não sonha, não te quero mais,
e as estrelas se apagam sobre você.





Você talvez estivesse certa sobre tudo.
Da origem do princípio e do precipício.
Errante era a vida que vivemos.
E mesmo já sabendo da ilusão.
Sempre estive com os pés no firmamento.
E você e aquela busca pelo verdadeiro.
( Tudo é engano!, Tudo é engano!, Tudo é engano!)

Cinco sentidos que nos enganam.
O que fizemos de nossas vidas?
Qualquer lamento é tempo perdido.
É sempre estranho lutar contra o medo,
Nosso inimigo íntimo, invisível, irreversível(...).
Mais estranho foi como reagimos.

Longe de você meu coração adoece,
reclamo pelos cantos , canto minhas preces.
Quem sabe um dia minha preces virem mãos
E estas toquem seu coração, te levem vida
E mesmo com a morte das paixões que viva a poesia.

Eu só queria ver no brilho dos teus olhos
O que você podia ver nos meus
Aqueles dias foram teus.
Enquanto salvo em tuas mãos,
Anestesiava meu coração.

Hoje tens o que sempre quis,
Hoje pensa que é feliz.
Amanhã não se sabe, a parte que te cabe.
O comodismo e a tempestade,
te trarão a dor de sua infância, com ironia,
de um coração acostumado a esperar por “um dia”.


João

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Erros.


Por tanto tempo você andou procurando por ai,
aquilo que dizia ter perdido em mim.
Foram tantas estações passadas, presentes, infindas vontades.


O mesmo amigo de sempre aparece á sua porta,
o velho tédio toca o teu rosto e te impõe a derrota.
Tanta insatisfação, tanta imperfeição (...).
É uma condição.

Eu sei que esperei a tarde toda para ver o sol nascer.
Mas nuvens bailarinas fazem o céu escurecer.
E como aqueles velhos na praça, que observam o acontecer,
eu esperei você, mas ao anoitecer, fiquei feliz por não te ver.

As chamas consumiram os papéis com seu nome.
Poesia crua para quem morre de fome.
E você com sua arrogância em algum lençol,
já não carregas o calor do sol, e esse frio que sinto,
é de sua imaginação, é do seu vazio.

Do seu morrer aos poucos.
Feito anjo torto.
Morto sobre escombros.
No papel queimado, ainda pude ler,
Como não dizer do seu sorriso irônico,
Eu ainda pude ler a palavra: “sonhos”.

Por tanto tempo você andou procurando por ai,
aquilo que dizia ter perdido em mim.
E sempre irá encontrar, alguém p´ra se enganar,
E então verás que não era simples assim(...)



João.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Tanto.


Tenho um milhão de coisas p´ra pensar.
E tantas outras por dizer:
Não tento ser vítima o tempo todo.


Eu quis brincar com a vida,
mas não pensei em você chorar com a morte.

Não vou me ajoelhar...
...tento ser forte.

Tentei não chorar quando sangravam os cortes
E enquanto estavas longe eu caminhava p´ro que traz a morte.

E eu sempre dizia quando tinha certeza que você não saberia,
ou quando tinha certeza de que não estava escutando:

sussurrando em teu ouvido:

Te amo.

Te amo, só não queria estar ali.


João.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Um dia diferente dos outros.


Hoje é um dia diferente dos outros,
estou sem chão, mas estou mais solto.
Hoje é um dia feito p´ra mudar.
Olhar p´ro céu, contar estrelas do mar.


Hoje é um dia feito p´ra chorar.
P´ra poder sorrir e lembrar do que esqueci.
Mas se um dia a força acabar,
pense sempre assim:

“- Foi melhor assim ”

Bom mesmo é evitar a doença do egoísmo.
Se amar, mas também amar quando é preciso.
P´ra que mentir que é feliz nestes dias adoecidos?

Sou imperfeito, mas ainda me entristeço por você...
Ao menos trago algo no peito p´ra viver.
Não vou precisar de tempo pra me sentir vazio
Hoje é dia de ser meu o meu velho amigo


Hoje é um dia diferente dos outros.
Sei que vou sofrer, mas agora estou pronto.
Hoje é um dia feito p´ra lembrar,
Que tenho uma vida tipo verso solto no ar.

Hoje é um dia p´ra esquecer do teu frio.
Eu quero calor, e apagou o teu sol.
Hoje é um dia como todos os outros.
Mas ainda cresço e será diferente dos outros.


João.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Obsessão




Concentro-me por um instante.
Nos desenhos em minhas mãos.
Nas batidas do meu peito,
ecoam longe os sons que compõem meu silêncio.



E do silêncio ouço a sinfonia,
imerso na lembrança daquele dia,
ainda era agosto, ainda era teu rosto.
E tudo, tudo é novo de novo.

Vem surgindo (...).
Vem nauseando (...).
Me dominando como a velha dor que não se mostra.
São teus quadris, tuas coxas, tuas costas (...).
Está sempre em tudo, quando não penso em nada...
A obsessão do sublime, degraus sem escadas,
na esperança do passado, na inquietude do futuro.
Á esquerda, á direita, em cima do muro.

Estou a desejar os dias de esperar,
os dias que se contarão por si mesmos.
São também teus lábios, teus sorrisos, teus cabelos (...).

No horizonte desta estrada, nas cartas marcadas sou devaneios.
No horizonte desta estrada, nas cartas marcadas não há sentimento, somente devaneios.


João

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Sonhos





Estar em seus sonhos feitos de poesia,
realiza meus sonhos minhas utopias.




Você pode, então, não acreditar...
Eu não sonho com você.
(exceto acordado)
Porque penso em você a noite toda e não consigo dormir.

No seu sonho pude ver através do objeto pretendido por Narciso
A imagem, o reflexo, da cena mais feliz da minha vida.

Podia te tocar. Te sentir.
E ver o teu sorriso.

E sonhar ainda é melhor que viver.
Pena! Não sonho com você


João

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Colcha de Retalhos (Tolice é acreditar na “realidade”)



Não faz tanto tempo,
e já não somos os mesmos.
E deixamos p´ra amanhã
Mais mentiras do dia-a-dia, dentro de nós há um divã.

No amanhecer,
nessa neblina brilhante.


Seus olhos são diamantes que minha estória vai tecer.

Sinto sobre os ombros esse orvalho,
que para um homem nada prático
observa perplexo o acontecer.

Me aqueço sob a colcha de retalhos,
que para um homem tão cismado,
é estranho de ternura se aquecer.

A poesia, ainda que tardia,
Agora desprezada vai voltar
P´ra te enlouquecer.

O olhar colorido sob as ondas do “achismo”.
Que não fazem nada por fazer.

O nada tenta arrombar a minha porta,
já disse não á vida porca, e, em poesia vou me entorpecer.
Eu não quero ser você.

Preferir a vida simples,
nem sempre te faz mais humilde,
mas antes de tudo te condena a perder.

E você segue desprezando a esperança
De um dia a voltar a ser criança,
e a vida escolhida á condena á morrer.

Juntos temos a inocência,
combateremos a demência de um mundo,
sem coerência que é surdo e mudo,
ás coisas do coração.
E se tudo for em vão,
será tão bom, o melhor é se entregar a ilusão.


João.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O Canto dos Amores Urbanos.





Enquanto sentia dor,
e o cheiro da fumaça.
Teu sorriso pôde transpor,
tudo o que sente,
tudo que transcende o interior.


Poesia ao chão.
Na cidade velha lágrimas correm distantes.
Onde nasce só nascente de dor.
Só há amor onde há conflitos constantes.

Tudo o que não foi e já não pode ser.
E o óbvio era tão fácil dizer.
Vulgarizamos “nós dois.”
Vulgarizamos o amor.
Vulgarizamos nosso teatro amador.
Nesses “dia-a-dia”.
do passado não sou mais que um “sentidor”.
E fingidor de dores tão reais (...)

E você?
Já não tem dores p´ra resolver?
Se não ama e prefere a vida entediada.
Ah! Minha amiga amante amada.
Estereótipo do passado, maquiada, fantasiada,
Camuflada de gente na multidão na imensidão do nada.

Vida breve, sem cartas na manga,
O destino vem e você se manda,
Mas no labirinto lá está ele: o destino.
Vida breve, e no cheiro da fumaça,
Mostras o que sente,
Tentarás fingir que não mente, ou que não entende
Que algumas coisas são p´ra sempre.



João.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Praças.


Meu radicalismo externo,
Expõe que nossas diferenças são apenas exteriores.
Você e seu mundo.
Eu no maldito “jardim dos sentidores”.



Eu não sei definir nada.
Eu não vou ouvir tua fala.
Eu não tenho o que dizer.
Calado o meu grito faz doer..

Se a dor é coisa comedida,
o amor também pode ser,
mas não é isso o que desejaria.
E jamais desejei no “te conhecer”.

Essas coisas desencontradas,
No pequeno espaço do meu peito,
Vem! Uma vez mais vem o mesmo vento,
querendo soprar de volta aquele tempo.

Tempo de praça e utopia.
Tempo de graça e nostalgia.
Tempo não é nada nenhum dia.
Tempo é qualquer coisa de poesia.


João.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Cem anos de solidão





Eu poderia falar sobre o céu.
Eu poderia falar sobre amor.
Eu poderia dizer que sou seu.
E até falar sobre a dor.






Eu posso tudo, mas nada é p´ra você.
Você não sente, você não vê.
O sonho agora é de um outro tempo.
Esse tempo ficou lá atrás,
Quando andava á esmo (...)

Mas ainda sim sou melhor do que antes.
E então, entretanto, enfrento cem anos de solidão.
Estou com o céu no chão, mas ainda sim é melhor que com você (...)

Pense, sinta, corra, fuja, fale, sonhe, escreva, cante.
Sofra, chore e sinta ódio, angústia, esperança e dor :

“Amor”: que sempre, sempre há de ser por mim.

“Amor”: que sempre, sempre há de ser por mim.

João.