sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

De volta á realidade (Do passado poético ao presente irreal)








Ah se tu soubesses
o quanto trocaria os banhos de sol,
por nossos banhos de chuva.


Meus papos de política,
dariam espaço á fugas da polícia.
No parque em que as memórias não envelhecem.
O corpo padece, a mente envelhece.
O fruto imaturo é sempre mais amargo.

Cinco minutos a mais,
São promessas de mais.
Novelas sem fim.
Estando acima ou abaixo.
Já não sente o cheiro das flores do jardim.

Venha quando quiser.
E seja o que vier.
Há uma nota nova de guitarra que já ecoa.
Num domingo á toa, uma canção sobre o tempo.
O tempo voa.



João.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Querer.







Eu ainda quero mais uma vida.
Nova e com mudanças.
Eu ainda quero amigos.
Paixões escondidas.
Timidez de criança.


Eu ainda quero outras manhãs inteiras.
Com teu rosto no meu peito.
Te proteger do vento.
E prometer sempre te guardar aqui dentro.

E quando este mundo disser não.
Somente sim haverá no coração.
Eu te provei num outono eterno, numa fina garoa.
Em qualquer estação de rádio dentro do carro.
Uma canção cantando o que resta das pessoas.

Pessoas e mundos que não queremos conhecer.
Eu ainda quero o mundo, que um dia juntos, juramos fazer.
Com palavras que definem dias como estes...

Onde você caminha agora?
O que se passa dentro de ti nesta hora?
E se pensar em mim, não se esqueça de pensar em mim
pensando em ti...



João


(foto escolhida em alusão á Dom Quixote de Cervantes)

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Acenos.



O que medirá a distância
nestes dias sem medidas.
O caminho é longo para quem não
está cansado.
O caminho não existe para quem já se cansou.


E Prefere uma varanda á espera no novo sol que apontou...
Não sei mais se saberei dizer “Adeus...”
ou se deveria, ao menos, acenar.
Se as marcas ficaram
Isso não quer dizer que você sempre estará?

Aqui...

Aqui, um vazio a mais.
E essa vida que muda tanto.
E eu parado querendo que o tempo não parasse
Sequer posso mudar as nuvens
desenhadas nos céus da cidade.
Eu e minha vida de equilibrista.
Neste meio-fio extenso, liso de lágrimas.
Cada instante provado , vivido
É raro, é quase uma primavera.
Mas as flores vivem morrendo e não acenam na despedida



João.

domingo, 8 de novembro de 2009

Manda um Neruda !

nada como poesia de verdade rsrs

Os meus pensamentos foram-se afastando de mim, mas, chegado a um caminho acolhedor, repilo os tumultuosos pesares e detenho-me, de olhos fechados, enervado num aroma de afastamento que eu próprio fui conservando, na minha pequena luta contra a vida.
Só vivi ontem. Ele tem agora essa nudez à espera do que deseja, selo provisório que nos vai envelhecendo sem amor.

Ontem é uma árvore de longas ramagens, e estou estendido à sua sombra, recordando.
De súbito, contemplo, surpreendido, longas caravanas de caminhantes que, chegados como eu a este caminho, com os olhos adormecidos na recordação, entoam canções e recordam.

E algo me diz que mudaram para se deter, que falaram para se calar, que abriram os olhos atônitos ante a festa das estrelas para os fechar e recordar...

Estendido neste novo caminho, com os olhos ávidos florescidos de afastamento, procuro em vão interceptar o rio do tempo que tremula sobre as minhas atitudes.
Mas a água que consigo recolher fica aprisionada nos tanques ocultos do meu coração em que amanhã terão de se submergir as minhas velhas mãos solitárias...


Pablo Neruda.

sábado, 7 de novembro de 2009

Rua Sem Saída.







Ás vezes caminho cantando alguma dor vivida.
E vejo minha vida em uma rua sem saída.


E cada passo meu parece querer buscar você.
Tudo o que pude pensar...
Tudo o que se pode ser...

Sei que isso é um delírio,
Que meus olhos criam.
Se nada foi verdade me explica essa saudade.
Eu nem sei se quero mesmo me desarmar,
destes ruídos da agulha no vinil
e mesmo que seja uma fuga vil
ainda me faz sentido...
outras décadas não vividas vivo agora.
Meu travesseiro parece ser o único á acolher essa insanidade.
Desculpe-me se perdi a hora...

E errando eu prometi mudar o que nunca mudou,
Olhando para trás não se volta ao que não começou,
e agora sempre em frente, força sempre.
Sei que mudei , mas no meu ritmo.
Que você nunca aprendeu a dançar.
Dancei sozinho em um mundo vazio.
Dancei com o frio do vento.
Acreditei no impossível e libertei meu peito.
Porque há um mundo de sentimentos.
Porque há sempre um momento.
E é este agora que vivemos...

João.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Falsa revolução (Gente reacionária de merda).







Uma sala arrebentada.
Vasos quebrados, quadros rasgados.
Alguém travou uma guerra aqui.

Sofás e tapetes imersos.
No piso alagado pela porta aberta,
que criou esta tormenta dentro de ti.

Quantas pessoas são você?

Quantas pessoas são você?

Acorda e não consegue entender.
Quem ao certo desperta para o novo dia.
Fugindo do horror de reconhecer-se , de saber quem é.
Um bandido, um monstro preso em corpo de mulher.
O ditado diz que tudo volta e essa onda não te deixará em pé.

Suas máscaras cairão com uma lágrima de dor.
Sacrificará os romances lidos.
Desprezará poesia ou dela será fingidor.
Na loucura do real, ignorando a intuição.
Envolveu-se em jogo sujo,
trapaça de quebrar coração.

Uma vida que não muda.
Você parte e nas malas leva cicatrizes abertas.
Trocou o dedo em V de amor e paz, quando
ao amante mais leal declarou guerra.
Mentir frente ao espelho é mentira que se erra.
Banhos frios não resolvem mais.
Você ficou p´ra trás.
Seu tempo agora é velho.
Você e nada volta mais.
Mente, diz que está tudo bem, que atravessou o inferno.
Minta também sobre seus sonhos.
Diga que isso é tudo o que se pode sonhar.
Minta sobre o peso nos ombros.
Diga que sabe, que pode voar.

Quantas pessoas são você?

Quantas pessoas são você?



Suas máscaras cairão com uma lágrima de dor.
Sacrificará os romances lidos.
Desprezará poesia ou dela será fingidor.
Na loucura do real, ignorando a intuição.
Envolveu-se em jogo sujo,
Trapaça de quebrar coração.



João.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Com e Sem Você.







Sempre soube que levaria tempo.
Não queria aceitar.
Me afoguei em águas tão ensimesmadas quanto eu.
Olhei em volta e você não estava lá.
Não poderia estar.
Agora me salva, me resgata do mar,
e a noite me leva p´ra dançar em suas estrelas,
á quem emprestas o brilho do olhar feito em brasa.

Não queria te ter tão longe tanto tempo.
Você é a parte que me cabe neste mundo.
Todos iguais, sempre o mesmo discurso.
E vem você, muda tudo e me deixa mudo.

Nas entrelinhas do que escrevo.
Estás nos acordes do violão.
Meus dedos que correm as cordas.
Anseiam tuas mãos.
Suaves, brancas, macias.
Correm os rios de onde nascem as luas.
Correm meus dedos em tuas costas nuas.

Na noites tranqüilas que me dás,
na vigília do teu sono,
acordado estou sonhando,
ouvindo a noite acabando.

Quando amanhece e durmo,
parece outra estrada.
Parece outro mundo.
Um solo de guitarra.
Não estás aqui.

Uma melodia que não se completou,
Uma canção de ninar que deu lugar
á uma canção de amor...


João.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Apostando Corrida na Escada.












Era p´ra ser só mais uma canção p´ra você.
Ouvir bebendo no alto de algum apartamento.
Talvez até tenha sonhado com isso algum dia.
Mas as noites te acordaram.
Te colocaram na boca o gosto amargo da vida.


A cada palavra escrita.
A morte do que não tem vida se aproxima.
Voltamos p´ra casa e esquecemos as escadas de todo dia.
Não me lembro de nos despedimos subindo ou na descida.
Não me lembro se na última vez era noite ou já era dia.
E você se lembraria?

Hey, você, tente entender, passei na sua vida
só p´ra dizer : “Até mais ver”...

Meu tempo está acabando,
junto com minhas chances de mudar,
é o vento frio de um dia quente.
Tua ausência me parte ao meio,
como se fosse p´ra sempre...

Hey, você, tente entender, passei na sua vida
só p´ra dizer : “Até mais ver”...

O mundo era tão grande e tão mais simples.
Agora tudo é novo, temos vidas pequenas.
Eles dançam outras danças,
Mesmo quando as músicas são as mesmas.
Só não entendo porque meu coração também
não pode entender.
Tínhamos tudo pela frente, e agora temos
o tempo que nos resta, talvez seja mesmo impossível de entender...

Hey, você, tente entender, passei na sua vida
só p´ra dizer : “Até mais ver”...




João.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Sabedoria Infantil.







Os ponteiros do relógio
arrastam-se como se não fosse verdade.
Abro a porta e o tempo não toca minha vida.
Sou a criança que andava sozinha.
Santo foi o tempo,
que fez com que o presente fosse passado.
Santo é o tempo que nos traz estes dias nublados.


Não faz mais sentindo procurar por rostos conhecidos.
Minhas face estará escondida.
Eu não aceito este peso sobre minhas costas.
Não me dê as alturas dos céus.
Cansei de brincar de ser Deus.
Um Deus perdido no jardim de infância.

Vai ver que Deus é a criança que vive em nós.
Com medo de todos e de tudo.
Mas que ainda sim rege o mundo.
Por que o mundo está em ti?
Por que o mundo está em mim?

Caminhos por ruas tortas.
Que guardam segredos de amor, brigas e derrotas.
Ruas onde se perdem identidades.
Lágrimas que correm no meio fio e inundam a cidade.

Queria um dia inteiro com você,
E sobre meu peito tua mão.
Voar, deitar.
Dormir nas nuvens de algodão.
Mas não(...)
Não desceríamos jamais...
Viveríamos a imensidão deste instante de paz.


João.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Navios.












Todas as manhãs os sinos dobravam por ti.

As cortinas não nos deixava ver a vida cinza
que se escondia atrás de cada janela, nunca sabíamos
o que nos preparava o dia.

Nossas vidas a cada dia transformadas,
hoje por um dia de cada vez sendo costurada
como uma roupa de domingo,
como aqueles dias de valores antigos.

Desejei que você soubesse do meu isolamento.
Quis me perder em solidão e nos perder no firmamento.
Te convidei p´ra morrer comigo.
Marquei lugar, dia e hora.
Você fez que ouviu, fechou a porta, foi embora....

Eu caminho por ruas desertas, onde certamente não estarás.
Te procuro em cada olhar.
E só te encontro aqui, vivendo em mim.
Talvez você não possa viver no meu tempo.
Saber dos meus segredos.
Amando estarei até o fim.
E se for p´ra ser assim.
Que seja p´ra sempre.
Como árvores transparentes que peneiram a luz do sol.
Essa estrela imensa, tatuada no meu corpo.

Quando o “meu” sol dormia em teus braços.
Braços que um dia desesperaram-se ao não encontrar os teus
E "meu" sol que não brilhou desde aquele “adeus”.
Eu até tentei, voltei ao ponto, o porto de onde partiu.
Já não pude ver teus acenos e você não pôde ver, eu estava lá.
Deixaste-te em mim o vazio e ao mundo a imensidão do mar.


João.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Eu sou. (Não serei nem fui.)





















Houve um tempo em que eu não quis acreditar
nessas coisas que se diziam “meus dias”...
Houve um tempo em que recusei
qualquer coisa que se dissesse minha, até mesmo o que sentia.
Ainda jovem minhas mentiras ditas ao vento
desintegraram-se como flores de bem-me-quer, mal-me-quer.
Foram as derrotas que me fazem hoje mais forte do que em outro tempo qualquer.

E as perdas que tive no caminho.
Quando avisavam-me que tinha perdido
não empobreceram meu espírito.
Eu não tinha mais o que perder...
E a cada passo as coisas tendem mais á serem como devem ser, eu sinto.

E eu sempre sentirei,
A cada frente fria,
a falta da sua companhia.
Mesmo sabendo que partirás á cada verão.
Nos instantes eternos em que não estás em mim.
Já que nem tudo aquilo que se sente precisa existir.
Como o tempo que não se conta mas nos faz correr.
Corro dentro do carro.
Multas,corro para um tom mais alto.
Daqueles em que rasgo a voz para entrar nas madrugadas
feitas só para escurecer.
Uma canção qualquer que seja uma mensagem p´ra você.
Que alcance as estrelas antes de amanhecer.
Estrelas não existem, só nas noites claras do interior.
Mesmo que esse interior esteja somente dentro da gente.
E se estrelas já não podes ver
talvez seja pelo mesmo veneno que te cega.
Quando não sabes o que te trago no peito
Quando não sabes bem quem sou
e o que tenho pra você.


João.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Revolução.


Hoje resolvi sair da caverna que escurecia meus dias.
Resolvi dar uma volta em torno de mim mesmo.
Procurei o que era comum a nós.
Tranquei meus fantasmas no porão.
Escrevi algo sobre cinema e chuvas de verão,
como estas que molham minha indiferença.
e não transformam nada dentro de mim.
Por um segundo pensei nas segundas que sempre voltam.
Todas as semanas de uma vida em todas as semanas do mundo.
Pensei nos assuntos particulares que todos tem para resolver...
...em cada peito humano coisas não resolvidas (...).

Quero um tempo só para te ouvir.
Enquanto caminhamos por uma longa estrada.
Sem pensar como e quando finda o dia.
Você, vestida de poesia, saberá que as flores do seu vestido estão vivas?
Você saberá quantos botões hão de abrir?
E teu cheiro doce de baunilha, que fertiliza tua pele macia, conseguirá sentir?

Não quero nunca, meu amor,
que esta indiferença ao mundo,
seja minha ou seja a tua alienação.
Confio em ti, que desde o princípio foi mártir,
E fez revolução no meu coração.


João.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Novos sonhos.





















Respiro o orvalho da manhã.
Vejo novamente o vento balançar as árvores.
Que suaves bailarinas dançam como minhas mãos no corpo teu.
Mesmo que em todas manhãs existam pessoas dizendo adeus.

Coloco meus óculos.
As pessoas vão e vem.
Os carros passam.
Atrás de caminhos até as nuvens.

Trago versos p´ra ti entre os dentes.
Já se derramou tanto suor e sangue.
Cartas que escrevestes amorosamente.
E estamos juntos mesmo distantes.
E este mundo que se ergue adiante.
É só um passo p´ra gente.
O caminho esta dentro de nós.
Sempre esteve.

Sou a sombra de um homem que ama.
Sou um homem que crendo não move montanhas.
Acredite no que quiser!
Eu te quero tanto.
E a cada cigarro e café,
teço algum pensamento envolvendo-te.

Misturo-te com o que já vivi.
Quando vais já não sei.
Falta parte de mim.
Mas quando está aqui, tão presente assim,
preenche a história antes sem fim,
enche o copo até a borda.
Dentro do quarto tranca-se a porta.
Dentro do carro tranca-se a porta.
Dentro do peito tranca-se a porta.
Portas abrem-se para que os dias amanheçam.
Não há cadeado que nossas chaves não conheçam.



João.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Até Mais.








Queria poder voltar no tempo.
Não ter desejado teu mau.
Não ter desejado você.
Quem sabe não te conhecer...


Se bastasse te pedir perdão.
Mas só consigo te fazer chorar.
Por que será?
Por que será?
Maldição de ilusão.

Foi lindo o pouco que vivemos.
Mas talvez este seja o momento,
da lembrança dispersar.
A vida deve nos fazer felizes...
...vou me afastar(...).

Nunca vou esquecer que um dia conheci alguém,
que pensava como eu.
(exceto de coração).
Que a vida ia além.
Que a vida não era feita,
de sonhos nem de ilusão
Ilusão...
Ilusão...

Como me despedir?
“-Adeus”?
“-Um dia agente se vê”?
Até mais...


João.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Canto solidão.


Daqui posso ver as luzes da cidade se apagando.
E com cada uma delas uma solidão a mais.
Há sempre alguém, sentado em alguma esquina,
Esperando por aquela que nunca virá.

Assim o que resta é dar as mãos ao acaso.
Ninguém tem muito tempo.
E quando tudo for passado,
procurará na alma o erro.

Lembro da música alta e da voz rouca.
De quem também sozinho sentia dor.
Passando por cima de tudo.
Com drogas, álcool e ilusões de amor.

Nunca foi desleal.
Sempre fiel ao que sentia.
Daquelas coisas que se sentem
em qualquer uma destas manhãs frias.

Quando ouvimos uma canção de amor.
Quando escorrem lágrimas sem explicação.
Que não são tristeza, tão pouco emoção.
É só um penar por essa condição.

Todos temos chance,
de reascender uma chama.
Se coloque do lado de lá e o mundo nunca mais será o mesmo.
As ruas não serão desertas e da sua solidão nascerá uma canção.



João.
(Foto: Atibaia-noite)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A Tempestade.










Eu me lembro do seu nome,
Vindo com a tempestade vertiginosa de um furacão.

O pânico, os anti-depressivos não acalmam ventos.
Não impedem seu rastro de destruição.


Deixo uma mensagem em algum lugar seguro.
Quando chegar em casa saberá que estou longe de tudo.
Por que é melhor o homem que caminhando faz o caminho.
Procuro rosas sem espinho para deixar-te á cama quando acordar.

Não sei quando será, agora, lá fora, rosas deixaram de existir.
Foram destruídas, passíveis ao vento de lhes consumir.
Quem sabe no próximo inverno eu busco o teu inferno.
Te vejo em minhas mãos.
Destes dias naturais de fúria e contradição.

O silêncio me dirá.
E quando a tormenta passar,
você já não estará habitando em mim.
Fecharei meus olhos e ouvidos, eu não vou sentir.

E com o tempo você vai ver,
em alguma tempestade o meu nome,
nestes dias quentes de noites insones,
e invadirá teu peito,
nada acalmará os ventos,
porque ser seguro não é se conformar.



João

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Piegas demais.




Agente tinha pouco tempo juntos
Os dias se resumiam á poucos segundos (...)
De beijos profundos e tardes quentes.


Num suspiro e você partia .
Quando volto a te ver?
Estou pensando em você, não há como esquecer...

“Triste e bonito”, frases feitas sobre coisas perfeitas,
Levanto o templo, organizo uma seita
P´rá celebrar o nosso amor...
P´rá celebrar o nosso amor...

O tempo não existe, cada instante sem você já dura um ano e um mês.
E cada dia ao seu lado são menos três...

Ah!!! Eu quero você !!!
Sem relógio, sem roupa, sem nada p´rá fazer.
P´rá tarde ser longa , e é o que só agente pode entender.
Ser você é reencontrar o meu jeito ser..
Dormir nos teus braços em uma noite para nunca mais o sol nascer.



João.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O7 de junho.




De um tempo pra cá.
Venho sentindo uma forte atração por você.
Teu sorriso é lindo, teu olhar também,
como estava escrito na letra da canção em que te desenhei.

É estranho estar aqui conversando com você.
Já que pensei em você a tarde inteira.
E pensando no que iria te dizer,
me desfiz das frases feitas...


Esquecer o dia, esquecer da vida,
sem precisar de algo externo (drogas).
Esquecer você vai ser difícil,
ao menos enquanto durar o inverno.
Que só começa na segunda.

Jamais pensei em olhar pra você de um jeito diferente,
mas é melhor eu me acostumar com essa idéia...
Acho que agora entendo:
Amor vira sinônimo de tolerância depois de algum tempo.
(E isso eu não quero, nem tolerância , nem tempo).

Este sentimento vai até quando,
encerrar meu dia com frases claras como:

“Quero partir sem ter pra onde ir
seguindo apenas o meu horizonte”


As vezes o mundo parece estar em suas mãos,
mas se estivesse em minhas mãos, as coisas não seriam assim.

Costumo me perder ao pensar em tentar entender
o sentido pra tudo o que vivo.
Nunca consigo.
E não consigo diferenciar
Sonho de realidade
As vezes penso que tudo o que vivo é tudo que sonho.
E tudo o que sonho, é tudo o que vivo.


Olhando as flores mortas em meu jardim,
não me lembro de tê-las visto em seu estado culminante.
Sempre fui egoísta o bastante,
pra pensar que isso não era importante pra mim...

Recebo o vento frio em meu rosto,
como algo que me traz força e alívio.
P´ra esquecer e amenizar, toda dor que sinto.

E quando vejo o sol.
Descubro a manhã do dia seguinte.
Espero a noite chegar,
p´ra planejar meu futuro
com frases claras como:

“Quero partir sem ter pra onde ir
Seguindo apenas o meu horizonte”



João

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Humanos de Gelo.


Nada, nada, nada, nada, nada!
Nada se acaba!
O que acontece é esquecimento.
Se deixa de lado,
pessoas, momentos, sentidos e sentimento...
Se dissolvem vidas divididas.
Ao ponto da solidão ser a melhor companhia.

E é tão estranho admitir o pouco que se tem,
e sonos tranqüilos sem sonhos,
só se aprendem,
quando se aprende e se esquece também.

Quando nada mais importa,
e o conformismo é velho amigo.
E quando á frente a face se fecham as portas,
então você finge que encontrou seu abrigo.

Á esta altura lágrimas já não dizem nada.
Não faz sentido sofrer pelo o que nunca se acaba
Se esqueça e não pare,
vá em frente, mesmo na direção contrária.
Porque na vida não vale apenas viver.
É preciso estar pronto para os humanos de gelo.

Nada, nada, nada, nada, nada!
Nada se acaba!
Mas se esquece aos poucos,
o que um dia foi motivo de vislumbrar,
um horizonte e uma vida vivida de sonhos.




João.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Sem perder a ternura jamais.






Esperei a tarde inteira por uma chuva que não veio.
Dias nublados enganam os sentimentos que trago em meu peito.
Queria ver queimar tempestades e trovões para esquecer,
a vida lá fora, a vida de medo de escrever e viver o que não pode ser.





Já não tenho força para ser quem era antes.
Nada de navalhas, pactos de sangue(...)
Não, não foi loucura nem gesto delirante.
Foi só doença desespero tranqüilizante.

Podia sofrer tranqüilo, inventando qualquer romance.
Hoje romance é pra ser vivido.
Passado em preto e branco, no presente colorido.
E o futuro é só algo á se querer, e não o quero agora.
Seja o que vier.
.
Ando descontente pela ausência do meu melhor na alta madrugada,
mas admito que acordar cedo traz novas poesias ao rumo desta estrada.
E em ver o sol nascer depois de acordar.
Não estou perdendo, continuo sonhando.

O meu corpo quente, só pede mais um dia frio.
E este vento que não traz chuva, traz em seus lapsos perfumes teus.
E resta-me um suspiro.

Plantar saudade no coração de quem se esqueceu,
é semear a angústia do trigo do pão da vida que não aconteceu.
Tento cultivar as horas dos domingos e feriados nacionais,
e vestido de amargura, na pesada armadura, prometo-te não lhe perder a ternura jamais!



João

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Arte Démodé



















Tudo o que você precisa,
é de mais alguns dias.
Quando o sol estiver do outro lado do quarto.
Dando cor aos meus lençóis, sentirei o cheiro
no pano simples e quente e lembrarei de “nós”.

Andamos tão distantes,
Eu ando tão só,
Que lembrarei de cada ato.
Quando fomos inimigos amantes,
e até na dor cúmplices, você eu e nosso quarto,
daquela infantilidade inocente,
do teu perfume ardente,
que em cada esquina
estará numa flor que ainda há de vicejar.

E não foi por medo de chorar,
você esteve certa,
quando num daqueles dias desistiu e chorou,
disse: “só se pode amar á quem um dia se odiou.”

E se não há mais ódio,
do tão pouco que nos sobrou.
O que fazer da história?
O que fazer com o que restou?

Restos duram pra sempre.
E agente finge que acabou.
Esconde na nossa mente, o que tanto tempo nos torturou.
O que fazer depois, quando a dor passou?

Vem p´ra cá , que eu quero conversar.
E então nem precisaremos pedir perdão
Eu encostarei, teu rosto no meu peito.
Direi que p´ra tudo dá-se um jeito.

Quero aquela expressão vinda do teu rosto.
Quero beijar o teu pescoço.
O mundo é mesmo estranho.
Tudo muda e eu já não sou tão moço.

Mas nem que o mundo acabe tem coisa que não se cabe acabar.
E então, sem tinha óleo nas mãos, sem caneta e papel,
sem partituras e instrumentos p´ra tocar.
Aprenderemos um dia, num destes que fico a cismar,
Um dia, contemplaremos juntos a arte de amar.
E quando tudo for velho, serão aqueles restos que me farão viver.
E novamente estaremos cúmplices, você , eu e nosso ateliê
Vivendo "artisticamente" essa arte démodé



João.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Ela no jardim.





O que é que me dá?
Que sinto e não quero explicar.
Que essa noite eu levo pra minha cama.
E ontem quase perdi e pedi pra dizer que me ama.



O dia vem e eu não me esqueci.
Tua pele branca, teus lábios em mim.
Um ciúme do que não é meu.
Medo de ser nada de especial.
E no que era pra ser a era glacial.
Aqueceu meu coração superficial.
Fez revolução, mudou o que é de mim.
Existem tantas coisas começando no fim.
O sentimento fora de si.
E o que era “Dó” transponho pra “Si”.
Um tom abaixo é mais adequado.
É tua amizade, é solidão no meu quarto.
E todo dia é um dia a ser adiado
E todo dia é um dia a ser conturbado

O que me cala a boca
E me dá prazer.
O que está nos lábios e não dá pra dizer.
O que me toca a boca
E me faz satisfeito.
O que gera a morte
E fere meu peito.
É o que me toma a mente
Não me deixa dormir.
E pensar que tudo era delírio e devir.
Em águas profundas ou em longos horizontes.
Vejo vir vindo o cheiro da morte .
E ouvindo você no meu telefone.
Enquanto tanta gente morre de fome (não sei,me sinto mais homem)

Há tanta coisa com que se preocupar.
Mas essa química da pele não se faz explicar.
É tanto sentimento alienando o movimento.
E é tanta coisa que neste momento.
Nem consigo sentir qualquer sentimento.
E é o que não faz sentido...



João

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

O vício de cismar.



Será que agora,
alguém lá fora,
ainda pensa em mim?


Se eu for embora agora,
nesta hora em que seus olhos estão fechados,
você acordaria sentindo falta?
A dor da ausência tomaria conta de ti?


Ou nada disso.
O contrário.
No teu calendário,
só mais um dia passado.
Um dia comum,
Ainda lembrará de nossas datas?
Ou guardará somente as senhas,
que precisa digitar?

E por que hoje é tão forte
aquilo que um dia certamente
não vai mais existir?
E se existir p´ra sempre.
Como eu faço p´ra esquecer?
E se o ditado estiver errado e a morte
não me deixar separado?

Será pecado tanto apego?
Esse mergulhar em paixão.
Será que Deus me perdoaria
por um dia deixar minha vida
em suas mãos?
Isso é vida vivida em vão?

Não quero mais a razão.
Quero o demasiado humano.
Quero um dia quente pra dividir o teu banho.
Quero ser mais animal, menos gente.
P´ra que de noite eu possa contar
aos meus sonhos livres,
os meus devaneios de prazeres insalubres.


João.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Eros e Psiquê.







Me leve nos teus braços.
Me faça ser feliz.
Ascenda o meu fogo.
Apague meu cigarro.
Queime minha dúvidas.
Tente, mas não te esqueças de mim.





Te mostro a minha face.
Preencho o que lhe falta.
Eu rasgo tuas roupas.
Tu rasgas minhas cartas.

Desejo o teu corpo.
E lhe quero até o fim.
Tornados e tempestades,
não vão me impedir de te tocar e te sentir.

Teu ponto alto.
Quando chego ao auge.
Até as nossas brigas,
me marcam com saudade.

É um fim de tarde.
Triste como o dia.
Menos um p´ra dividirmos nossas vidas..

E se é assim que deve ser.
A noite, mesmo que lá longe,
me leve com você.
Não, não te esqueças de mim.


João.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Não aceitamos devoluções.




Não, eu não tenho todo poder sobre mim,
Quantas vezes eu tentei e não me convenci.
De que a vida é um presente de escolhas feitas por mim.



Sim, admito o destino, te entreguei até o meu íntimo,
Na vil esperança de ser escolhido e não foi assim.

Em papéis coloridos escrevia o sentido,
como um diário, um simples registro
de tudo que havia acontecido, não, não plantei sorrisos
E teu olhar, então sem visão,
hoje é o coração de quem um dia disse “não”.
Não iria mudar, por conta de uma ilusão.
Nem se entregar á um peito em construção.
No meu peito, uma multidão, de pensamento,
entoando tormentos, em procissão.

Decidi que não dava pra viver assim.
Busquei a mais alta montanha.
Não p´ra ver como tudo é tão pequeno,
Mas p´ra sentir a grandeza do eterno,
Lá de cima pude ver o que realmente importa.
O sentimento maior que esteve em minha porta,
quando não quis abrir, ou que não ouvi á porta chamar
pelo meu nome, em outro lugar,
quando tive coragem,e porta destranquei ,
era tarde demais , nada encontrei.

E num dia de sanidade sob um Ypê sem folhas,
Pude então, descobrir, que a vida não é feita de escolhas.

Não, não escolhi nascer.
Não escolhi viver assim.
Não escolho palavras pra escrever.
É um rio onde não há vida que corre dentro de mim.
Sem ter onde desaguar, e, procurando mar, fez barragem e inundou.
E assim meu pranto que jamais secou,
nos olhos meus vertem nascentes de lágrimas de dor.

Não escolhi sentir tudo o que sinto.
Não aceitei me perder no teu labirinto.
E dentro de ti.
Sem saída estou perdido.
Não escolhi morrer, e não ter medo disso.

Sequer escolhi, decidir o que preciso.
E eu não preciso.


João

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Semana.






Você estava andando,
Tão fria como sempre,
Em seu vestido indiano,
Com seu olhar cego p´ra frente.


O sol no seu rosto,
O calor era brando,
Nos lábios um “meio sorriso”.
Como o coração em pranto que se pergunta:
“-Por que eu sofro tanto?”



Na segunda eu menti.
Na terça eu cai.
Na quarta estava de joelhos.
Na quinta eu chorei.
Na sexta eu dormi.
No sábado me matei.
No domingo eu te esqueci.(morrer p´ra esquecer?)

Tudo aquilo foi um sonho.
Quem sangrou fui eu.
Fique com tudo o que quiser,
o mundo pode ser teu,
eu vou em frente, meu coração ainda é meu.

Tenho tudo á meu favor,
Até as nuvens no céu escondem a cor dos seus olhos.
Não sei e já não importa se sinto ou sentiria o mesmo de antes.
Enquanto amante não sei se sei te esquecer, preciso de um tempo.
Uma semana é o bastante.


João.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

É gelo e sol ao mesmo tempo.





Essa tarde poderia ser eterna.
Esse sol, esse frio e essa morna lembrança.




Um dia pensei como criança.
Hoje, homem feito ainda sou o mesmo.
Imaturo e sem medo de sentir medo.
Tudo muda parado.
E eu aqui parado evoluindo minhas células,
sem mover o rosto, morrendo aos poucos.

O tempo não passa no papel,
mas se passa no presente todo o passado
que esteja colocado em qualquer folha ou num pincel,
em qualquer rima, como esta,ou como as que escrevia
há tempos atrás, quando você sorria,
me recompensando o trabalho com um café.
Saudades da menina, saudades da mulher.

E então espero,
ainda que não queira ver a tarde acabar,
aquilo que mais me consola,
o momento em que se abre a porta,
e nos meus braços descansa o que tenho de melhor,
gostar de estar só,
não é amar a solidão.

Gosto de ser bicho.
Gosto dos meus instintos primitivos.
Gosto da ilusão.
Gosto do abstração vulgar,
do amor de perdição, daquela paixão de suar.



João.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Cidade velha.










Palavras flutuam sobre mim.
Homens mentem pelas ruas.


Mais uma semana,
com dias dia de chuva,
em minha cabeça,
uma dor me insulta,
as palavras ficam mudas.
Você saberia me calar?

Ah ! Eu sei,
é preciso se bastar.
Mas quero alguém p´ra conversar,
alguém que goste do silêncio,
e de ouvir a música do vento,
tentei mas não aceito,
ver o dia não acontecer.

Aí vem você ,
aparece sem avisar,
surgindo p´ra me lembrar,
me dizendo que é prazer,
amanhecer e entardecer.

As enzimas químicas,
que fazem minhas lágrimas,
não me provam nada,
mas um dia o dia acaba.

Não correrei mais riscos,
E meu coração de vidro,
não pode se quebrar.
Tudo o que eu sinto.
Tudo o que omito.
É pra preservar.
Lá vem vindo o tempo passar.

Ergue-se a minha frente um muro acinzentado.
Torturado pelos anos da cidade,
escondendo insanidades
do meu tempo passado.
Eu não quero expor assim quem eu sou,
não que esconda dor, mas deixe que eu viva,
livre e sem o horror de tudo isso.


João.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Dois poetas e um guerrilheiro.




Em teu amor não existem asas.
Mesmo assim eu posso voar.
Conhecer o azul do céu.
Estrelas que fazem sonhar.

Paixão vivida,
não é paixão perdida.
Palavras, suspiros de poesia.
Expressões contidas.



Faces escondidas,
daquilo que não acreditava.
Em seu olhar vejo o amor.
O amor não precisa de palavras.

Mesmo que estas tenham sido usadas,
só p´ra te dizer...
Que eu amo você.



João

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Tempos de paz.(palavras de um homem muito jovem p´ra morrer mas, velho p´ro Rock And Roll)




Eu estou muito cansando de carregar tanto passado.
De escrever cartas de despedida.
de lembrar da lágrima corrida (...)



Não tenho saudade do que passou.
Tenho saudade de ser quem eu era.
Mas sei ser um bom ator, e, por falar em amor,
eu me convenço de que me arrependo
do que fiz e do que não fiz.

Primeiro sentia que deveria ter vivido em outro tempo.
Talvez no passado, quem sabe no futuro, no catálogo de décadas que invento.
Mas sou prisioneiro de mim mesmo.
Por mistificar o jovem de ontem,
Paga o homem de hoje,
por mendigar lembranças de horizontes,
paga o homem de hoje,
como se fosse possível ser feliz naquela idade,
e quanto envelheci p´ra entender felicidade .*

Ah! Eu não quero mais.
Ah! Eu não sou capaz de te lembrar e fazer...
...você sofrer...(não faz sentido ser feliz com isso.)

Ah! Eu quero é paz...
não me venha com o que dizem os jornais,
porque eu preciso demais pensar em mim.
Cantar as músicas do sim, e admirar meu coração
mesmo que a vida ou o tempo digam: Não!

Com cabelos molhados estou limpo.
Eu sei, só não admito,
que saber ser o que sinto só seria possível...
se soubesse sentir.
E a verdade está no devir,
Preciso preparar o meu jardim
Tenho uma flor nova para plantar
A mesma flor de sempre que só troco de lugar.
A flor que me acena ao longe quando desce do carro,
E eu patético poetizo lhe sorrindo com meu cigarro.

Flor que me faz pecar , perder a razão,
Não é traição a si mesmo tanto querer.
Não faz diferença se isso não se resolver.
Eu só não espero.
Eu só não espero mais.
Eu só não espero.
Eu só não espero mais.
Eu só não espero



João

(* o termo felicidade é usado como “satisfação” , já que me baseio no princípio de Schopenhauer de que a felicidade é apenas um estado transitório e ilusório, por isso mesmo considero a paz interna o maior bem a ser almejado pela raça humana)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A vida é agora.




Lá vem você, em outra sexta feira.
Sim, é o começo do fim.
Suas palavras úmidas secarão no meu jardim?



E então é sábado...
O dia do imaginado, onde nada é real,
E não há quem quer que seja,
que ainda queira a cura para nossa indiferença.

Ouvi algo sobre trovões e chuva na Televisão.
Não fosse tão previsível como a previsão
do tempo, teria então uma Tv. poetisa.
E talvez deixasse a vida corrida, para ficar ali, escutando.
Á espera do caos e da estrela bailarina.

Quando acordei do pesadelo
nunca mais fui o mesmo.
E procurei em cada esquina onde me achar.
Foi quando flertei e não tive medo do tempo,
que vi a fina flor se despetalar sem reclamar.

Pétalas de rosa secas num livro,
não foram a garantia de um bom destino.
Mas se um dia houve isso,
tentei com o gesto mais bonito,
te dar alguém que se lembrava todos os dias,
com mimos de infância te dar lembranças..
E na despedida a esperança de não esquecer...
Nunca esquecer...

Isso ainda é maior do que sempre ter alguém ao seu lado,
A noite está findando e sexta-feira, agora, é passado,
Gostaria de te ver, de sentir tua fala ao meu ouvido,
e agora, nesta hora, em que primavera flora,
só ouço os ecos deste abismo entre nós, é o que sinto.
Eu sinto.



João.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Todo dia de paz é apatia.




Quando penso em você.
Muitas perguntas não deixam que eu durma.
Uma vertigem e não me sinto bem.
Depois de tanta força eu me cansei.
E se nada puder te libertar,
não quero a liberdade presa em seu olhar.

Eu só quero saber :
Quanto tempo mais dura essa espera por você.

Todo dia é dia de paz e apatia.
Todo dia é dia de paz e apatia.

O tempo está passado.
Teu olhar intenso agora é incomodado.
E você ainda esperava que era isso que eu esperava?
Não , não era somente estar errada essa caminhada,
era fertilizar as flores que não cheiravam,
era cicatrizar feridas que não sagravam,
era sua infertilidade aos sonhos que se sonhavam,
e é tua frieza que nos transformaram.

Por muito tempo eu sei que tentei esconder,
as lágrimas que há tempos estavam guardadas por você.
São só palavras confusas e sem “porquê”.
Soluços que você não quis ou não pôde entender.
Não uso mais o seu olhar para escrever.
Serás sempre singular.
Isto é o que te faz diferente,
só não se diga que não mente,
e se um dia inventar para si alguma mentira,
não chore, use de sua ironia,
todo dia é dia de paz e apatia.

Todo dia é dia de paz e apatia.
Todo dia é dia de paz e apatia.




João.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Elogio da loucura.











Amar você é como morrer no céu.
É como sorrir chorando.
E acordado estar sonhando.
Sofres só por ledo engano.
E acordo morrendo.




Essa doença quer viver.
Eu quero morrer.
Mas não quero ter
lágrimas no olhar,
eu não quer ser um “sentidor”.

É como não querer te amar,
mas sequer pensar
em viver sem você.

E eu queria voar,
queria te deixar,
e se um dia quis viver,
foi p´ra poder morrer.



João.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Um sorriso pelo fim da guerra (primavera)



(A foto á esquerda mostra um dos momentos em que refugiados fugiam da região dos conflitos em Kosovo)


*Esta não é uma letra tão poética, escrevi uma letra de Rock and Roll quando tinha lá meus 16 ou 17 anos de idade,e tocava numa banda maravilhosa chamada “Aparelho 594”, esta letra fala sobre uma menina refugiada da Guerra de Kosovo que opunha forças de segurança sérvias e da antiga Jugoslávia e o Exército de Libertação do Kosovo, ou (ELK), um grupo guerrilheiro formado por integrantes de origem étnica albanesa que lutavam pela independência da província.O fato é que uma menina de beleza plástica muito exuberante se refugiou no Brasil e aqui tentaria sua carreira de modelo, em 1999 a guerra acabou,(mais ou menos um mês e meio antes do início da primavera brasileira) , ao entrevistar esta garota , que na época , salvo engano, tinha seus 16 anos de idade, a repórter deu a ela a notícia de que a guerrilha instaurada em sua terra natal tinha cessado, lembro-me como se fosse hoje, da câmera lenta fotografando poéticamente a mudança de expressão da bela garota, ela começou a abrir seu belo sorriso ao mesmo tempo em que uma lágrima corria de seus belos olhos.



Um sorriso pelo fim da guerra (Primavera)

Se o que cai do céu é chuva ácida,
são os efeitos da destruição.
Missão de paz é missão de guerra,
Você dormiu ao som de bombas e acordou na escuridão.

Quando trilhou seu caminho nas pedras,
não conhecia a direção,
depois de tanto tempo acho estranho o que vi no rosto dela:
Um sorriso pelo fim da guerra.

Um sorriso pelo fim da guerra.
Um sorriso pelo fim da guerra.

A nuvem negra que deixou as flores secas,
Não te deixa ver o sol nascer.
Não pense que há respostas.
Essa doença vai te enlouquecer.

Esqueça aquele sangue todo.
E mostre de novo no rosto...
A guerra acabou quando iniciou a primavera
Que começou com teu sorriso pelo fim da guerra

Um sorriso pelo fim da guerra.
Um sorriso pelo fim da guerra.



João

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Se houver algum sentido(...)


Sublime na noite.
Há luzes em você.
Pensei em controlar a velocidade do teu corpo.
E esquecer o passado e te dar o prazer.
De esquecer o sono...



Luz é fundamental,
e havia tanta em teu sorriso.
Parecia tão real...
E pintando o meu auto-retrato,
descobri você nas tintas que escolhi.
E meus olhos coloriram.

Da química que formou o colorido dos teus olhos,
eu tive o sol e tive o ouro,
a imensidão das coisas, naquele estranho sonho,
me fez lembrar do tempo em que eu era criança.
E o futuro então era um longo caminho a se trilhar.
Hoje sei que o passado é um barco náufrago no teu mar...

De solidão, de abstinência, do coração sua dependência.
É tão bela como tua pele branca tão feminina,
Não que sejas mulher, sempre será menina.

Penso nos enigmas,
criados por minha solidão, não são devaneios do coração,
não é nada que pensaria dentro do meu juízo
não foi por mal, foi anormal.
nos sonhos inconscientes não há nada sensorial.

E não sei explicar o porquê da minha visão ser tão clara,
tão objetiva, uma experiência rara, tão diferente.
Meu pensamento deveria estar onde meu corpo está presente.
Mas como dominar os sonhos, condicionar a mente?

Sonhos tão reais, tinham até teu cheiro,
Eram banhos longos, eram dias inteiros.
Um dia de sol, mas sem calor,
Uma metafísica do tempo, uma forma de amor.
Não há notícias de amor natural, talvez seja um ato teatral,
Dias eternos não existem, não foi por mal,
não faz sentido essa retórica sentimental...


João

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Instinto (uma fina camada de poeira sobre a terra)





Sou filho desse sol, mas estou na chuva,
e ninguém deve estar onde não é o seu lugar.
Com os pés descalços sinto o chão da rua,
caminho sem me apressar.


Não faço idéia de onde estou indo,
talvez até saiba, penso quando chegar lá.

Vivo pelo sol mas também gosto da lua,
Como seria beber as lágrimas de sangue de um Santo posto no altar?
Os dias são bonitos e mesmo as tardes escuras não mudam meu humor
e não possuem o dom de me fazer chorar.

Egoísta e mal-caráter.
Dos erros cometidos o pior foi sentir,
mas restam forças e nado contra a correnteza,
e se eu chorar...
Você vai rir de mim!

Se algo incomensurável invadiu teu peito
é questão de tempo para você notar que de nada adiantou.
Fria, vazia, imersa em apatia,
vai colher o fruto que não plantou.
Porra nenhuma no universo inteiro,
vai conseguir te fazer feliz.
E fazer feliz á quem não te entrega o coração
pode ser bom, pode ser ruim.

Falo o que penso,
penso no que sinto,
sofro as influências do destino,
como um barco ao vento solto em alto mar.
Durante muito tempo eu me enganei,
correndo ao oposto do que imaginei p´ra me libertar.

Não, eu nunca planejei minha vida,
e não há nada que agora eu queira mudar.
Cada dia eu desejo menos,
e você ainda acha que estamos jogando e que você vai ganhar.
Não interrompa mais meu sono.
Tudo bem, você ganhou.
Perdeu memória , deixou só restos,
de alguém que um dia sonhando chorou.

Ai morreu a poesia.
Morreu aquela menina.
Morreram aqueles dias.
E então, quando o sol nasceu,
Tinha morrido o que era teu
O que eu te dei foi também uma dor
mas não te poupei dos meus sonhos de amor,
se é feliz assim, que seja , que aconteça, não há por que mudar (ahhhhh!)
Ah! seu suicídio me deixou de mãos atadas, até desataria mas não há tempo,
tanta distância, tanta mudança, mataram também meu sentimento.

Sim seja feliz nesse caminho,
Mas do pouco que sei,
daqueles nossos dias,
é que não sobrou poesia, e eu ainda sonho com amor(...)
Como dizia a canção que ouvíamos e você já não lembra:
“a poesia não me abandonou, nunca me deixou “



João

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Simples assim.



Os meus sentidos, não vêem sentido
Para o que sinto, eu não explico.
Eu vou seguindo, em companhia.
O peito em chamas nunca saciou.



Meus sonhos ardem, minha utopia,
Eu acredito, e sei quem eu sou,
Sei algo sobre doar e ter amor.

Pode até ser
simples teoria.
Posso estar errado,
como já errei em outros dias.
Mas tudo me leva onde você for,
E contemplando o sol se pôr ,
eu e você víamos o novo acontecer.
Não vou me poupar, p´ra que fingir não sofrer?

Os dias contaram-se por si próprios.
O mundo lá fora só parece ser o mesmo.

Nunca foi do meu jeito, mas com você,
fica mais fácil entender o porquê de tudo isso.

Somos dois sendo um.
E é disso que eu preciso.

Companheiros de existência.
Quem sabe companhia durante o nada

De eterno só o vazio, é verão e faz frio.
Não tenho vergonha de chorar na sua frente,
É tão pesado a vida de quem não mente,
para os outros e para si mesmo,
rimos do cotidiano brasileiro,
não queremos cura para o sofrimento.

Altos e baixos só nos deixa mais ativos.
Somos dois sendo um.
E é disso que eu preciso.



João.

(foto de um pôr do sol em Atibaia.)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Quando Acabar


Quando entrei no seu olhar,
e disse que não tinha medo de te perder,
foi só p´ra te ofender...
Mas você não sentiu,
que aquilo que partiu,
jamais voltaria á ter.



E eu te descobri no meu coração perverso,
me culpava,
e depois do inverno,
culpava o calor por minha falta de amor.

Bebi todos os mares, dizia que a culpa era tua,
porque você foi a primeira , mas não foi a última.

Eu não conseguia entender que agente muda,
e mudo andei por caminhos tortos,
mudei de vida, mudaram os dias, mudou o mundo.

E você ficou naquele dia,
quando não sabia o que era morte.
Agora é só um dia entre aqueles meses.
Entreguei meu corpo mal tratado
aos devaneios da minha mente.
Aprendi a sentir, tudo o que se sente,
Não pude te salvar de um mundo doente.
Mas até mesmo o “fim” dura p´ra sempre.



João.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Coração.






É muito tarde para querer voltar atrás.
E viver uma vida que não posso viver.
Se você não sonha, não te quero mais,
e as estrelas se apagam sobre você.





Você talvez estivesse certa sobre tudo.
Da origem do princípio e do precipício.
Errante era a vida que vivemos.
E mesmo já sabendo da ilusão.
Sempre estive com os pés no firmamento.
E você e aquela busca pelo verdadeiro.
( Tudo é engano!, Tudo é engano!, Tudo é engano!)

Cinco sentidos que nos enganam.
O que fizemos de nossas vidas?
Qualquer lamento é tempo perdido.
É sempre estranho lutar contra o medo,
Nosso inimigo íntimo, invisível, irreversível(...).
Mais estranho foi como reagimos.

Longe de você meu coração adoece,
reclamo pelos cantos , canto minhas preces.
Quem sabe um dia minha preces virem mãos
E estas toquem seu coração, te levem vida
E mesmo com a morte das paixões que viva a poesia.

Eu só queria ver no brilho dos teus olhos
O que você podia ver nos meus
Aqueles dias foram teus.
Enquanto salvo em tuas mãos,
Anestesiava meu coração.

Hoje tens o que sempre quis,
Hoje pensa que é feliz.
Amanhã não se sabe, a parte que te cabe.
O comodismo e a tempestade,
te trarão a dor de sua infância, com ironia,
de um coração acostumado a esperar por “um dia”.


João

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Erros.


Por tanto tempo você andou procurando por ai,
aquilo que dizia ter perdido em mim.
Foram tantas estações passadas, presentes, infindas vontades.


O mesmo amigo de sempre aparece á sua porta,
o velho tédio toca o teu rosto e te impõe a derrota.
Tanta insatisfação, tanta imperfeição (...).
É uma condição.

Eu sei que esperei a tarde toda para ver o sol nascer.
Mas nuvens bailarinas fazem o céu escurecer.
E como aqueles velhos na praça, que observam o acontecer,
eu esperei você, mas ao anoitecer, fiquei feliz por não te ver.

As chamas consumiram os papéis com seu nome.
Poesia crua para quem morre de fome.
E você com sua arrogância em algum lençol,
já não carregas o calor do sol, e esse frio que sinto,
é de sua imaginação, é do seu vazio.

Do seu morrer aos poucos.
Feito anjo torto.
Morto sobre escombros.
No papel queimado, ainda pude ler,
Como não dizer do seu sorriso irônico,
Eu ainda pude ler a palavra: “sonhos”.

Por tanto tempo você andou procurando por ai,
aquilo que dizia ter perdido em mim.
E sempre irá encontrar, alguém p´ra se enganar,
E então verás que não era simples assim(...)



João.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Tanto.


Tenho um milhão de coisas p´ra pensar.
E tantas outras por dizer:
Não tento ser vítima o tempo todo.


Eu quis brincar com a vida,
mas não pensei em você chorar com a morte.

Não vou me ajoelhar...
...tento ser forte.

Tentei não chorar quando sangravam os cortes
E enquanto estavas longe eu caminhava p´ro que traz a morte.

E eu sempre dizia quando tinha certeza que você não saberia,
ou quando tinha certeza de que não estava escutando:

sussurrando em teu ouvido:

Te amo.

Te amo, só não queria estar ali.


João.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Um dia diferente dos outros.


Hoje é um dia diferente dos outros,
estou sem chão, mas estou mais solto.
Hoje é um dia feito p´ra mudar.
Olhar p´ro céu, contar estrelas do mar.


Hoje é um dia feito p´ra chorar.
P´ra poder sorrir e lembrar do que esqueci.
Mas se um dia a força acabar,
pense sempre assim:

“- Foi melhor assim ”

Bom mesmo é evitar a doença do egoísmo.
Se amar, mas também amar quando é preciso.
P´ra que mentir que é feliz nestes dias adoecidos?

Sou imperfeito, mas ainda me entristeço por você...
Ao menos trago algo no peito p´ra viver.
Não vou precisar de tempo pra me sentir vazio
Hoje é dia de ser meu o meu velho amigo


Hoje é um dia diferente dos outros.
Sei que vou sofrer, mas agora estou pronto.
Hoje é um dia feito p´ra lembrar,
Que tenho uma vida tipo verso solto no ar.

Hoje é um dia p´ra esquecer do teu frio.
Eu quero calor, e apagou o teu sol.
Hoje é um dia como todos os outros.
Mas ainda cresço e será diferente dos outros.


João.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Obsessão




Concentro-me por um instante.
Nos desenhos em minhas mãos.
Nas batidas do meu peito,
ecoam longe os sons que compõem meu silêncio.



E do silêncio ouço a sinfonia,
imerso na lembrança daquele dia,
ainda era agosto, ainda era teu rosto.
E tudo, tudo é novo de novo.

Vem surgindo (...).
Vem nauseando (...).
Me dominando como a velha dor que não se mostra.
São teus quadris, tuas coxas, tuas costas (...).
Está sempre em tudo, quando não penso em nada...
A obsessão do sublime, degraus sem escadas,
na esperança do passado, na inquietude do futuro.
Á esquerda, á direita, em cima do muro.

Estou a desejar os dias de esperar,
os dias que se contarão por si mesmos.
São também teus lábios, teus sorrisos, teus cabelos (...).

No horizonte desta estrada, nas cartas marcadas sou devaneios.
No horizonte desta estrada, nas cartas marcadas não há sentimento, somente devaneios.


João

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Sonhos





Estar em seus sonhos feitos de poesia,
realiza meus sonhos minhas utopias.




Você pode, então, não acreditar...
Eu não sonho com você.
(exceto acordado)
Porque penso em você a noite toda e não consigo dormir.

No seu sonho pude ver através do objeto pretendido por Narciso
A imagem, o reflexo, da cena mais feliz da minha vida.

Podia te tocar. Te sentir.
E ver o teu sorriso.

E sonhar ainda é melhor que viver.
Pena! Não sonho com você


João

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Colcha de Retalhos (Tolice é acreditar na “realidade”)



Não faz tanto tempo,
e já não somos os mesmos.
E deixamos p´ra amanhã
Mais mentiras do dia-a-dia, dentro de nós há um divã.

No amanhecer,
nessa neblina brilhante.


Seus olhos são diamantes que minha estória vai tecer.

Sinto sobre os ombros esse orvalho,
que para um homem nada prático
observa perplexo o acontecer.

Me aqueço sob a colcha de retalhos,
que para um homem tão cismado,
é estranho de ternura se aquecer.

A poesia, ainda que tardia,
Agora desprezada vai voltar
P´ra te enlouquecer.

O olhar colorido sob as ondas do “achismo”.
Que não fazem nada por fazer.

O nada tenta arrombar a minha porta,
já disse não á vida porca, e, em poesia vou me entorpecer.
Eu não quero ser você.

Preferir a vida simples,
nem sempre te faz mais humilde,
mas antes de tudo te condena a perder.

E você segue desprezando a esperança
De um dia a voltar a ser criança,
e a vida escolhida á condena á morrer.

Juntos temos a inocência,
combateremos a demência de um mundo,
sem coerência que é surdo e mudo,
ás coisas do coração.
E se tudo for em vão,
será tão bom, o melhor é se entregar a ilusão.


João.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O Canto dos Amores Urbanos.





Enquanto sentia dor,
e o cheiro da fumaça.
Teu sorriso pôde transpor,
tudo o que sente,
tudo que transcende o interior.


Poesia ao chão.
Na cidade velha lágrimas correm distantes.
Onde nasce só nascente de dor.
Só há amor onde há conflitos constantes.

Tudo o que não foi e já não pode ser.
E o óbvio era tão fácil dizer.
Vulgarizamos “nós dois.”
Vulgarizamos o amor.
Vulgarizamos nosso teatro amador.
Nesses “dia-a-dia”.
do passado não sou mais que um “sentidor”.
E fingidor de dores tão reais (...)

E você?
Já não tem dores p´ra resolver?
Se não ama e prefere a vida entediada.
Ah! Minha amiga amante amada.
Estereótipo do passado, maquiada, fantasiada,
Camuflada de gente na multidão na imensidão do nada.

Vida breve, sem cartas na manga,
O destino vem e você se manda,
Mas no labirinto lá está ele: o destino.
Vida breve, e no cheiro da fumaça,
Mostras o que sente,
Tentarás fingir que não mente, ou que não entende
Que algumas coisas são p´ra sempre.



João.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Praças.


Meu radicalismo externo,
Expõe que nossas diferenças são apenas exteriores.
Você e seu mundo.
Eu no maldito “jardim dos sentidores”.



Eu não sei definir nada.
Eu não vou ouvir tua fala.
Eu não tenho o que dizer.
Calado o meu grito faz doer..

Se a dor é coisa comedida,
o amor também pode ser,
mas não é isso o que desejaria.
E jamais desejei no “te conhecer”.

Essas coisas desencontradas,
No pequeno espaço do meu peito,
Vem! Uma vez mais vem o mesmo vento,
querendo soprar de volta aquele tempo.

Tempo de praça e utopia.
Tempo de graça e nostalgia.
Tempo não é nada nenhum dia.
Tempo é qualquer coisa de poesia.


João.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Cem anos de solidão





Eu poderia falar sobre o céu.
Eu poderia falar sobre amor.
Eu poderia dizer que sou seu.
E até falar sobre a dor.






Eu posso tudo, mas nada é p´ra você.
Você não sente, você não vê.
O sonho agora é de um outro tempo.
Esse tempo ficou lá atrás,
Quando andava á esmo (...)

Mas ainda sim sou melhor do que antes.
E então, entretanto, enfrento cem anos de solidão.
Estou com o céu no chão, mas ainda sim é melhor que com você (...)

Pense, sinta, corra, fuja, fale, sonhe, escreva, cante.
Sofra, chore e sinta ódio, angústia, esperança e dor :

“Amor”: que sempre, sempre há de ser por mim.

“Amor”: que sempre, sempre há de ser por mim.

João.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Envolvimento.


Prefiro morrer ao me render,
do que esquecer o passado (...)
Será externo o que me leva á isso?
Lágrimas sempre eternas são internas, são sorrisos.


Espero que ninguém mais se vá.
Espero você voltar.
Espero poetizar,
nesse tempo passado, corrido e marcado,
na ansiedade do meu sorriso (...)

Não vou me nomear frustrado anônimo.
Não vou tentar encontrar motivos,
p´ra fazer o que faço, sou mais do que isso
.
Se eu estivesse vivendo tua vida,
talvez pudesse mudar ou continuar,
ser herói, mas hoje me vejo envolvido(...)
E três dias depois de tudo isso,
me envolve seu olhar envolvido pelo vício.

Não, não, minha alma não está á venda,
nem a trocarei por teu sorriso.
Fuga, culpa, “tá tudo bem”, “não foi nada”
Nada! Mais um corte no espírito.

Sim eu errei quando menti que era fraco.
Quis estar bem seu olhar, e, eu era fraco para me culpar.
Sim, eu fui permissivo.
E me entreguei ao seu olhar envolvente como o vício.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Nous*




Meu estado de espírito,
é completamente alterado por tuas ações.
Tento falar sério,
através de poesias, letras e canções.




E celebrar suas críticas, retratos e opiniões.

Não confundir as coisas as vezes é difícil.
Devemos aproveitar o que existe enquanto consigo.
Não vou me deixar ser dominado,
por nenhum sentimento de culpa.
Ao menos enquanto minha boca estiver... Distante da tua.

Adoro te escutar e falar sobre as coisas da vida
Ao menos enquanto sua boca estiver distante da minha
Sonhei que acarinhava teus cabelos enquanto você dormia (enquanto você sorria).
E que sua boca já não estava distante da minha.

Tento alterar teu estado de felicidade
Fazendo tudo pra você sorrir...
Adoro teu sorriso, quando sorri pra mim.
Tente flertar com a vida sem se machucar.
Detestaria ver você chorar.

Embriagado pelo vício descobri o que estava acontecendo,
percebi que pensava em você com o sol se pondo
e agora ele está nascendo...


Prudência não é medo de lidar com este sentimento.




João



*(Nous, o título da letra é usado aqui no sentido platônico da palavra, como a parte racional e imortal da alma)

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A leveza de Sofia.


Esta noite tudo parece eterno.
Nada se move, o vento venta parado.
E no céu uma estrela triste brilha depois de morta.

Porque essa estória torta,
tinha que dar no que deu.
Em teu corpo o suor do meu.


Eu voltaria atrás se soubesse dizer adeus.

Nunca se vê a mesma cena duas vezes,
na segunda tudo já mudou,
não sei por que meio,
não sei se por algo que trago em meu peito.

E então não amanheceu,
Meu corpo procura o calor do teu.
Parece que tudo mudou,
mesmo quando nada aconteceu.

Ah! Nem parece verdade!

Nem parece verdade.
E não é insanidade.
Transformar pouco em muito.

Parece poema,
roteiro de cinema,
do anos trinta, cinema mudo.

São tantas palavras,
não ditas á tempo,
papéis espalhados no chão,
poesia de esquina, em papel de pão.

Se é saudade então:
Por que o coração em vez de esquecer sempre se lembra?
Se é saudade então:
Amor de salvação ou perdição, tanto faz, “tudo poema”(...).

João