segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Revolução.


Hoje resolvi sair da caverna que escurecia meus dias.
Resolvi dar uma volta em torno de mim mesmo.
Procurei o que era comum a nós.
Tranquei meus fantasmas no porão.
Escrevi algo sobre cinema e chuvas de verão,
como estas que molham minha indiferença.
e não transformam nada dentro de mim.
Por um segundo pensei nas segundas que sempre voltam.
Todas as semanas de uma vida em todas as semanas do mundo.
Pensei nos assuntos particulares que todos tem para resolver...
...em cada peito humano coisas não resolvidas (...).

Quero um tempo só para te ouvir.
Enquanto caminhamos por uma longa estrada.
Sem pensar como e quando finda o dia.
Você, vestida de poesia, saberá que as flores do seu vestido estão vivas?
Você saberá quantos botões hão de abrir?
E teu cheiro doce de baunilha, que fertiliza tua pele macia, conseguirá sentir?

Não quero nunca, meu amor,
que esta indiferença ao mundo,
seja minha ou seja a tua alienação.
Confio em ti, que desde o princípio foi mártir,
E fez revolução no meu coração.


João.

Um comentário:

uma poetinha... disse...

...em cada peito humano coisas não resolvidas (...).



todo dia.
toda hora.
todo minuto,
em cada ser sobre a Terra...
que choram lamentos e pesares...