sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Instinto (uma fina camada de poeira sobre a terra)





Sou filho desse sol, mas estou na chuva,
e ninguém deve estar onde não é o seu lugar.
Com os pés descalços sinto o chão da rua,
caminho sem me apressar.


Não faço idéia de onde estou indo,
talvez até saiba, penso quando chegar lá.

Vivo pelo sol mas também gosto da lua,
Como seria beber as lágrimas de sangue de um Santo posto no altar?
Os dias são bonitos e mesmo as tardes escuras não mudam meu humor
e não possuem o dom de me fazer chorar.

Egoísta e mal-caráter.
Dos erros cometidos o pior foi sentir,
mas restam forças e nado contra a correnteza,
e se eu chorar...
Você vai rir de mim!

Se algo incomensurável invadiu teu peito
é questão de tempo para você notar que de nada adiantou.
Fria, vazia, imersa em apatia,
vai colher o fruto que não plantou.
Porra nenhuma no universo inteiro,
vai conseguir te fazer feliz.
E fazer feliz á quem não te entrega o coração
pode ser bom, pode ser ruim.

Falo o que penso,
penso no que sinto,
sofro as influências do destino,
como um barco ao vento solto em alto mar.
Durante muito tempo eu me enganei,
correndo ao oposto do que imaginei p´ra me libertar.

Não, eu nunca planejei minha vida,
e não há nada que agora eu queira mudar.
Cada dia eu desejo menos,
e você ainda acha que estamos jogando e que você vai ganhar.
Não interrompa mais meu sono.
Tudo bem, você ganhou.
Perdeu memória , deixou só restos,
de alguém que um dia sonhando chorou.

Ai morreu a poesia.
Morreu aquela menina.
Morreram aqueles dias.
E então, quando o sol nasceu,
Tinha morrido o que era teu
O que eu te dei foi também uma dor
mas não te poupei dos meus sonhos de amor,
se é feliz assim, que seja , que aconteça, não há por que mudar (ahhhhh!)
Ah! seu suicídio me deixou de mãos atadas, até desataria mas não há tempo,
tanta distância, tanta mudança, mataram também meu sentimento.

Sim seja feliz nesse caminho,
Mas do pouco que sei,
daqueles nossos dias,
é que não sobrou poesia, e eu ainda sonho com amor(...)
Como dizia a canção que ouvíamos e você já não lembra:
“a poesia não me abandonou, nunca me deixou “



João

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