segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Tempos de paz.(palavras de um homem muito jovem p´ra morrer mas, velho p´ro Rock And Roll)




Eu estou muito cansando de carregar tanto passado.
De escrever cartas de despedida.
de lembrar da lágrima corrida (...)



Não tenho saudade do que passou.
Tenho saudade de ser quem eu era.
Mas sei ser um bom ator, e, por falar em amor,
eu me convenço de que me arrependo
do que fiz e do que não fiz.

Primeiro sentia que deveria ter vivido em outro tempo.
Talvez no passado, quem sabe no futuro, no catálogo de décadas que invento.
Mas sou prisioneiro de mim mesmo.
Por mistificar o jovem de ontem,
Paga o homem de hoje,
por mendigar lembranças de horizontes,
paga o homem de hoje,
como se fosse possível ser feliz naquela idade,
e quanto envelheci p´ra entender felicidade .*

Ah! Eu não quero mais.
Ah! Eu não sou capaz de te lembrar e fazer...
...você sofrer...(não faz sentido ser feliz com isso.)

Ah! Eu quero é paz...
não me venha com o que dizem os jornais,
porque eu preciso demais pensar em mim.
Cantar as músicas do sim, e admirar meu coração
mesmo que a vida ou o tempo digam: Não!

Com cabelos molhados estou limpo.
Eu sei, só não admito,
que saber ser o que sinto só seria possível...
se soubesse sentir.
E a verdade está no devir,
Preciso preparar o meu jardim
Tenho uma flor nova para plantar
A mesma flor de sempre que só troco de lugar.
A flor que me acena ao longe quando desce do carro,
E eu patético poetizo lhe sorrindo com meu cigarro.

Flor que me faz pecar , perder a razão,
Não é traição a si mesmo tanto querer.
Não faz diferença se isso não se resolver.
Eu só não espero.
Eu só não espero mais.
Eu só não espero.
Eu só não espero mais.
Eu só não espero



João

(* o termo felicidade é usado como “satisfação” , já que me baseio no princípio de Schopenhauer de que a felicidade é apenas um estado transitório e ilusório, por isso mesmo considero a paz interna o maior bem a ser almejado pela raça humana)