quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Obsessão




Concentro-me por um instante.
Nos desenhos em minhas mãos.
Nas batidas do meu peito,
ecoam longe os sons que compõem meu silêncio.



E do silêncio ouço a sinfonia,
imerso na lembrança daquele dia,
ainda era agosto, ainda era teu rosto.
E tudo, tudo é novo de novo.

Vem surgindo (...).
Vem nauseando (...).
Me dominando como a velha dor que não se mostra.
São teus quadris, tuas coxas, tuas costas (...).
Está sempre em tudo, quando não penso em nada...
A obsessão do sublime, degraus sem escadas,
na esperança do passado, na inquietude do futuro.
Á esquerda, á direita, em cima do muro.

Estou a desejar os dias de esperar,
os dias que se contarão por si mesmos.
São também teus lábios, teus sorrisos, teus cabelos (...).

No horizonte desta estrada, nas cartas marcadas sou devaneios.
No horizonte desta estrada, nas cartas marcadas não há sentimento, somente devaneios.


João

2 comentários:

uma poetinha... disse...

o mais pleno até hoje.

Unknown disse...

pedaços de versos espalhados no chão, nas noites, no tempo...
tudo o que preciso ter é uma morada e alimento: teu corpo e tua poesia...